INDEPENDÊNCIA

uma produção
Associação Tchiweka de Documentação Geração 80


Realização Mário Bastos (Fradique)
Produção Paulo Lara e Jorge Cohen
Consultoria histórica Conceição Neto
Investigação Conceição Neto, Paulo Lara e Mário Bastos (Fradique)
Guião Mário Bastos (Fradique), Conceição Neto e Paulo Lara
Direcção de fotografia Kamy Lara
Edição Charles Alexander, Kamy Lara e Zeno Monyak
Música Victor Gama
Narrador Kalaf Epalanga
Voz de Deolinda Rodrigues Elizângela Rita

 


Image
poster independencia

Logline

"Independência" parte de memórias da situação colonial em Angola, revela os passos iniciais da luta de libertação e percorre alguns dos seus principais cenários.

Sinopse

A 11 de Novembro de 1975 Angola proclamou a independência, 14 anos depois do início da luta armada contra o domínio colonial português. O regime de Salazar recusava qualquer negociação com os independentistas, aos quais restava a clandestinidade, a prisão ou o exílio. Quando quase toda a África celebrava o fim dos impérios coloniais, Angola e as outras colónias portuguesas seguiam um destino bem diferente. Só após o golpe militar de 25 de Abril de 1974 ter derrubado o regime, Portugal reconheceu o direito dos povos das colónias à autodeterminação.

Os anos de luta evocados em INDEPENDÊNCIA determinaram o rumo de Angola após 1975. Opções políticas, conflitos internos e alianças internacionais começaram a desenhar-se durante a luta anti-colonial. As principais organizações (FNLA e MPLA e, mais tarde, UNITA) nunca fizeram uma frente comum e as suas contradições eram ampliadas pelo contexto da Guerra Fria. A independência foi proclamada já em clima de guerra, mas com muita emoção e orgulho, como é contado no filme.


Dos Trilhos para o filme Independência

A opção por um documentário como INDEPENDÊNCIA derivou da obrigação de devolver à sociedade angolana um pouco do que dela se recebeu e pela convicção de que, por mais importante que fossem os arquivos, era necessário fazer algo para o presente. Se a memória dos mais velhos foi a matéria-prima do documentário, o público-alvo foram, desde o início, as gerações nascidas depois de 1975, que não conheceram o sistema colonial e pouco sabem do passado.
A memória de uma nação faz-se de muitas memórias.

Com o INDEPENDÊNCIA não se pretendeu contar toda a História, já que nenhuma história é toda a história. Ela passou a ser contada através da voz de protagonistas angolanos de diferentes origens sociais, regionais e políticas, principalmente dos menos conhecidos. Essa opção explica a ausência de outras vozes e a escolha dos entrevistados(as) no filme, cada um representando, de alguma forma, um grupo maior, trazendo a sua vivência para uma narrativa colectiva.

Com o INDEPENDÊNCIA procurou-se apresentar uma outra imagem da resposta angolana ao domínio colonial e da luta de libertação nacional, vista por quem nela participou.

O documentário não é politicamente neutro. Ele pretende transmitir claramente a ideia de que a luta contra o colonialismo foi legítima, que a guerra foi uma necessidade face à obstinação do regime português, que a independência não foi nenhuma oferta de bandeja, e, sobretudo, que o sacrifício, abnegação e tenacidade para a sua conquista foi de muitos e não só de alguns.

Usando a linguagem do cinema para articular memórias pessoais e arquivos, INDEPENDÊNCIA coloca-se na linha da frente contra o esquecimento da História.

 

 

 

Making of

Independência (filme completo)