Comunicado nº 42 do MPLA

“Papel timbrado: MPLA” COMUNICADO Nº 42 No dia 25 de Setembro de 1968, foi morto pelo bombardeamento que os portugueses efectuaram numa das bases do MPLA, que fica na região de Muié, o camarada médico, Américo Boavida, que vinha desempenhando desde Junho de 1967, o cargo de médico responsável dos Serviços de Assembleia Médica (SAM) da IIIª Região. O bombardeamento e o metralhamento intenso efectuado por três helicópteros e três bombardeiros durou cerca de 2 horas. Foi durante este bombardeamento que o camarada médico Américo Boavida foi atingido mortiferamente por estilhaços. O camarada Américo Boavida formado em Medicina em Portugal, estagiário de ginecologia na Universidade de Barcelona, desde o início da luta do Povo Angolano, foi sempre um Nacionalista devotado dando a causa da nossa, todo o seu ser e o seu saber. Em 1962 foi um dos fundadores do CVAAR – Corpo de Voluntário Angolano de Assistência aos Refugiados, em Kinshasa, encerrado pelo Governo de Adoula em 1963. Em 1967, foi editado um livro escrito pelo camarada Américo Boavida intitulado (Angola Cinco Séculos de Exploração Portuguesa) através do qual deu uma valiosa contribuição, denunciando o Colonialismo português em Angola. Foi a partir do mês de Junho de 1967 que o camarada Boavida se integrou directamente na luta armada do Povo Angolano. A partir desse momento o camarada Boavida, começou a gozar grande simpatia entre os nossos guerrilheiros que viam nele não só um médico mas um companheiro para todos os momentos da nossa luta. Todos os camaradas perderam um médico, um amigo, um companheiro, um camarada. Quando o seu enterro no dia 27 de Setembro, todos os camaradas foram unanimes nas suas declarações, em continuarem a luta de Libertação Nacional, vingando assim o desaparecimento do camarada Boavida e todos os outros que tem tombado no cumprimento do seu dever. O camarada Boavida faleceu ali onde todos os Angolanos devem estar, para combaterem vigorosamente o colonialismo português. Mais do que nunca a decisão dos militantes do MPLA é firme e os colonialistas portugueses devem sentir desde este momento em que a luta do nosso povo se generaliza por todo o território Nacional, o peso da condenação implacável, que o nosso Povo faz e fará cair sobre eles. Os Angolanos que caiem no campo de honra jamais desaparecerão. A memória deles, fará florir vitórias decisivas da Libertação da nossa Pátria bem-amada. A Vitória é Certa *[Carimbado: Comité Director] O Comité Director do MPLA Angola 30/9/69 kk