Editorial para o Angola Combatente

Cota
0103.000.031
Tipologia
Texto de Análise
Impressão
Dactilografado
Suporte
Papel Comum
Autor
Angola Combatente
Data
Idioma
Conservação
Mau
Imagens
3
Acesso
Público
AS DIFERENTES MÁSCARAS DA CONTRA-REVOLUÇÃO Editorial para Angola Combatente 2.4.68 Quanto mais significativos são os sucessos obtidos pelos combatentes do MPLA, mais variadas e mais numerosas são as máscaras sob as quais a contra-revolução se manifesta. Hoje já ninguém ignora que o MPLA, ao mesmo tempo que tem de enfrentar os colonialistas portugueses, tem tido de combater na sua rectaguarda contra outras forças que sob a máscara do nacionalismo, mas comandados pelos próprios portugueses ou por outras forças imperialistas, visam apenas impedir o avança do MPLA na frente da batalha. Foi assim que quando a luta se consolidou Cabinda, o inimigo lançou na arena o ex-ministro do Holden, o traidor Alexandre Tati; quando após alguns anos de tentativas infrutíferas o MPLA conseguiu romper vitorioso a barreira do Congo - Kinshasa e reavivar com grande intensidade a luta em Nambuangongo, e nos Dembos, o inimigo voltou a dar a mão a Holden, que recorreu uma vez mais aos massacres, aos sequestros e à pilhagem para travar a progressão dos nossos combatente; Quando, em Maio de 1966, o MPLA abriu a Frente Leste, o inimigo lançou para a região outro ex-ministro de Holden - Savimbi - a quem baptizou mesmo de DOUTOR, para melhor servir de isca ao Povo. Se os patrões não eram sempre os mesmos, a fonte a que eles recorriam para se fornecer - o dito “grae” - não variava, assim como era o mesmo o objectivo que pretendiam alcançar - a destruição do MPLA... Com maior ou menor dificuldade, mas sempre a passos firmes e serenos, o MPLA tem sido capaz de derrubar os obstáculos que lhe levantam os colonialistas portugueses e os imperialistas.apoiados na contra-revolução. Nos últimos tempos porem, e numa nova tentativa para neutralizar as vitórias alcançadas pelo MPLA nos planos nacional e internacional, o inimigo está a fomentar a criação de novos elementos contra-revolucionários, prevendo embora que eles estão desde já condenados a serem julgados sem piedade pelo nosso Povo. E para que desde já esses elementos possam ser conhecidos e neutralizados, o MPLA toma a responsabilidade de os denunciar perante todos os verdadeiros patriotas. Eis pois um grupo de três desses elementos contra-revolucionários. O primeiro intitula-se JUNTA MILITAR DE CABINDA NO EXÍLIO e tem servido de elo de ligação entre TATI e NZITA. Este elemento não hesita em largar panfletos impressos pelo exército português em papel marca "Duplicador" fabricado em Portugal, o que ilustra bem o hipotético "exílio" de pretensa junta que passa pelos quartéis do exército *[Manuscrito ilegível] Cabinda, dentre garrafões de vinho tinto de uma centenas de escudos de *[Manuscrito ilegível]. O palavreado desses panfletos, com um carácter de traição inequívoco faz a apologia dos traidores que os portugueses colocam à frente dos seus pelotões para lhes servirem de protecção contra os tiros certeiros dos combatentes do MPLA. Naturalmente, para apagarem as pesadas baixas que sofrem esses grupos de traidores inconscientes que só servem para carne de canhão, esses traidores, pela pena dos seus patrões colonialistas contam histórias da carochinha numa ridícula e desajeitada tentativa para fazerem crer que nada sofreram. Claro que ao Povo nada é possível esconder, pois ele sabe avaliar a importância das baixas sofridas pelos colonialistas, quando estes proíbem por vezes durante mais de uma semana, que a gente do Povo vá aos hospitais de Cabinda, para não verem o estendal de mortos e feridos de guerra causados por este ou por aquele combate. O segundo elemento contra-revolucionário deu-se o nome de CARTEL DOS NACIONALISTAS ANGOLANOS composto de três pseudo-organizações com um total de aderentes que não ultrapassa o número de dirigentes... Este triste cartel ou cartaz, que actua a partir de Kinshasa, propõe a entrada em Angola para negociar com o inimigo. E interessante registar aqui o nome dos lideres do dito cartel. Ei-los: Zimeni Jacob Jacques - Presidente “General”; Kiala Garcia - secretário geral; Tulengama Ammanuel - secretário geral adjunto; Kiala Boniface - Director politico; Lumiganga Michel - tesoureiro; Malungo Sébastien; Mangonga Pascoal; Mbunga Jean Paul et Kifuta. E este “cartaz” ou “cartel” tem a coragem de afirmar que se constituiu sob o pedido expresso das populações de Angola... Enfim, um terceiro elemento de confusão lançado há pouco pelo inimigo dá pelo nome de JUNA. Actualmente é constituído por dois agentes do inimigo que não têm a coragem de revelar ao público a sua verdadeira identidade, embora o MPLA os conheça muito bem. Também já têm papel timbrado e para se darem um pouco mais de importância esses mentecaptos numeram o seu primeiro papel ao público com o número 79, e não hesitem em fazer exigências ao MPLA. E com as habilidades em curso em Kinshasa, conseguiram mesmo que dois jornais falassem no papelucho nojento que redigiram, e a própria rádio do Holden à semelhança do que fez a rádio portuguesa se serviu do dito papelucho para lançar a confusão sobre o MPLA. Claro que toda a porcaria serve para tentar denegrir o nosso Movimento, já que argumentos sérios e válidos não existem para o efeito. Eis aqui portanto algumas das recentes diferentes máscaras com que se apresenta a contra-revolução O sacrifício do heroico povo e dos combatentes do MPLA, seus filhos, que nas matas de Angola ou nos cárceres da PIDE, de KINKUSU ou de Nkamuna daí o seu *[Manuscrito ilegível] pela independência da Pátria, não pode tolerar estas provocações dos agentes do inimigo. O MPLA adverte-os solenemente que o nosso Povo não lhes perdoará se não se corrigirem e se não abandonarem definitivamente a subserviência em relação ao inimigo. A NOSSA PÁTRIA LIVRE RECEBÊ-LOS-À COMO MERECEM.

Editorial para o Angola Combatente «As diferentes máscaras da contra-revolução».

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