Proclamação da AMANGOLA, assinada por 24 pessoas

Cota
0068.000.013
Tipologia
Documento Programático
Impressão
Policopiado
Suporte
Papel comum
Autor
AMANGOLA - Amigos do Manifesto Angolano
Data
Idioma
Conservação
Mau
Imagens
3
Observações

Foi publicado no 3º volume de «Um amplo movimento…»

 AMIGOS DO MANIFESTO ANGOLANO AMANGOLA Animados pela vontade inquebrantável de combater até ao fim o colonialismo português, inimigo principal do nosso povo, Conscientes do momento difícil que o nacionalismo angolano atravessa, Conscientes do apoio total de todo o povo de Angola à luta de libertação nacional, de Cabinda ao Cunene, Conscientes do facto que o colonialismo português nunca deixará a Pátria Angolana sem uma luta político-militar consequente levada a cabo por todos os patriotas angolanos agrupados em torno de um único e mesmo ideal - o de libertar o país, Conscientes da solidariedade actuante com a Causa de libertação de Angola, de todos os povos do mundo em geral e dos de África, da Ásia e da América Latina em particular Decididos a cooperar sinceramente com todas as formações políticas e militares dos patriotas angolanos no interior como no exterior do país, Nós, abaixo assinados, proclamamos perante o mundo inteiro este MANIFESTO, e propomo-nos trabalhar para a aplicação dos seguintes princípios na luta de libertação de ANGOLA: 1) Combater o colonialismo português de forma consequente. A luta armada é o único meio capaz de mobilizar o povo angolano contra a dominação colonial portuguesa e realizar a Revolução Democrática. b) Condenar e combater qualquer acção anti-patriótica dos ambiciosos e divisionistas do nacionalismo angolano tal como: a luta fratricida conduzida pelos agentes de Holden Roberto no Norte do país, os massacres de quadros militares do MPLA pelos mesmos agentes, as prisões arbitrárias de patriotas angolanos ainda detidos nas prisões de LUSUMU, NDOLO e THYSVILLE, presos pelas autoridades congolesas a pedido de Holden Roberto, etc. c) Integrar todas as nossas forças nas forças combatentes que operam actualmente no interior do país para aumentar a capacidade objectiva e subjectiva da resistência angolana contra o ocupante. d) Reforçar a solidariedade nacional entre todos os patriotas angolanos. Lutar por todos os meios contra o tribalismo, o regionalismo, o separatismo e o exclusivismo na luta político-militar pela libertação nacional. e) Combater todo o espírito de luta fratricida animado pela ambição de algumas pessoas. UM BOM ANGOLANO NUNCA MATA UM OUTRO ANGOLANO. f) Reforçar o espírito democrático que exclui todo o individualismo nas organizações políticas e militares existentes. 2) Encorajar e colaborar activamente com qualquer iniciativa tendente a reagrupar todas as forças vivas angolanas numa só e única FRENTE de combate. Essas forças vivas são: Formações políticas e militares, sindicatos, organizações da juventude, estudantes, organizações de mulheres, personalidades políticas angolanas, etc. 3) Prestar muita atenção à mobilização das massas angolanas, único apoio capaz de favorecer a radicalização completa da luta armada. b) Consagrar-se à politização dos angolanos emigrados na República do Congo (Brazzaville), República do Congo (Léo), na República da Zâmbia e em outros países. Combater o espírito da formação de colónias sedentárias de angolanos no estrangeiro. Preparar e encorajar todos os angolanos a voltar para o país para levar a cabo a luta de mobilização das massas populares e integrar-se em seguida nos comandos de guerrilheiros existentes localmente. 4) Combater o imperialismo sob todas as suas formas e em todas as frentes. A luta do povo angolano não é mais do que um elo da luta geral desencadeada no mundo inteiro pelas forças progressistas contra a opressão, a exploração e o obscurantismo. b) Educar o povo angolano em luta, no espírito de solidariedade com os outros povos que se batem nas outras frentes, e mais particularmente nas colónias portuguesas. Reforçar o sentimento de unidade e de solidariedade com os povos de todo o mundo que sofrem ainda a dominação e a exploração sob todos os aspectos. TODOS OS AMIGOS DO NOSSO INIMIGO SÃO NOSSOS INIMIGOS. c) Denunciar qualquer colaboração com o colonialismo português, desmascarar qualquer conluio com o imperialismo internacional e combater sem tréguas todos os agentes do neocolonialismo. d) Intensificar a campanha de desmistificação das actividades de Holden Roberto que continua a camuflar a sua verdadeira face e prossegue o seu trabalho de dividir o nacionalismo angolano por conta dos imperialistas. e) Lutar activamente para isolar Portugal no mundo, mobilizar a opinião internacional a favor da luta de libertação nacional de Angola e trabalhar para o reforço da amizade entre todos os povos que lutam contra o colonialismo e o imperialismo. 5) Preparar todo o país para uma luta que pode durar muito tempo, forjando assim um espírito permanente de luta, única garantia da criação de um PODER POPULAR depois da REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA. ESTAMOS DECIDIDOS A COMBATER E DETERMINADOS A VENCER! 1. José João LIAHUKA 13. Salomão LÁZARO 2. Jonas Malheiro SAVIMBI 14. Domingos MANUEL 3. Rev. Marcolino NYANI 15. Júlio BAIÃO SACILOMBO 4. Alexandre Magno PEDRO 16. Ernesto CITANGUA 5. Maria Virgínia de Amorim LIAHUKA 17. Neves KASSOMA 6. Maria Florinda PEDRO 18. Zeferino AFONSO 7. Jacob Hosi INÁCIO 19. Mendonça SAMOSE 8. Martins KANGOMBE 20. Estêvão ALFREDO 9. Samuel CIVALA 21. Manteigas Luís CISOKA 10. José KALUNDUNGU 22. Samuel TRINTA 11. Pedro MASSAMBO 23. Miguel CASIMIRO 12. Thomas FOUKA 24. André EMÍLIO [Com assinatura frente a cada nome] Feito em Brazzaville, na República do Congo, a 11 de Dezembro de 1964

Proclamação da AMANGOLA, assinada por: José João Liahuka, Jonas Savimbi, Marcolino Nyani, Alexandre Magno Pedro, Maria Virgínia de Amorim Liahuka, Maria Florinda Pedro, Jacob Hosi Inácio, Martins Kangombe, Samuel Civala, José Kalundungu, Pedro Massambo, Thomas Fouka, Salomão Lázaro, Domingos Manuel, Júlio Baião Sacilombo, Ernesto Citangua, Neves Kassoma, Zeferino Afonso, M. Samose, Estêvão Alfredo, Manteigas Luís Cisoka, Samuel Trinta, Miguel Casimiro, André Emílio (Brazzaville).

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