Plano do Rev. Silva

Cota
0058.000.070
Tipologia
Plano
Impressão
Dactilografado (2ª via)
Suporte
Papel comum
Autor
Domingos Francisco da Silva
Data
Idioma
Conservação
Mau
Imagens
1
Observações

Foi publicado no 3º volume de «Um amplo movimento…»

Acesso
Público

 Plano do Rev. SILVA 1º Julgo, salvo opinião contrária, que devo continuar a marcar a presença do M.P.L.A. no outro lado, mantendo os contactos com certas organizações como a C.U.N.A. e massas angolanas em geral, até mesmo permanente conversação com certos elementos do F.D.L.A. para manter acesa a chama da unidade, tudo na medida do possível. Verifiquei com satisfação, que a minha presença no outro lado foi um desmentido formal às mentiras espalhadas pelos nossos inimigos, segundo as quais, todos os dirigentes do M.P.L.A. fugiram para salvar a pele, uns para Lisboa (A. Neto) e outros para algures de África aliás Angola - Luanda, abandonando as massas. Procuraram com estas mentiras apagar na mente das massas afectas à nossa causa a memória do M.P.L.A. 2º Em sendo assim, o V. Pres. deve ser sempre avisado com antecedência a data das nossas reuniões, para dar tempo de sua deslocação para este lado; 3º Deve se arranjar as coisas de modo a evitar humilhações ao V. Presidente, como tive ocasião de constatar isso; a) Quanto a s/ subsídio; b) Quanto à renda da casa; c) Quanto a meios de transporte. Verifiquei com admiração que a gente nova e mesmo o Azevedo, queriam servir da missão que lhes é confiada, para tripudiar sobre a dignidade de V. Presidente! Por esta razão julgo, que para se evitar que estas cenas se repitam, devem despachar sempre uma quantia específica que respeita as alíneas a), b) e com) desta carta. Essa quantia ou me será entregue periodicamente aliás mensalmente pessoalmente ou por intermédio de alguém bem recomendado. O procedimento tanto do Azevedo como do Rangel, e seus cooperadores nas finanças enojou-me e afligiu-me de sobremaneira, considerando-me um refugo e não um homem pensante! a) Ocultavam-me todas as missões que vinham neste lado; b) sabotaram toda a rede que eu quis estabelecer, tendo o descaro de classificar de namoradas minhas as pequenas que eu quis constituir como ponte de ligação com documentos que lhes permitissem passar o rio sem dificuldades; c) A recusa de me entregar o dinheiro, quanto certo eu sabia de sobra as quantias que o Neto tinha enviado, sendo mantido então pelo Cardoso com os dinheiros que se destinavam a outra missão, tanto em alimento como em renda de casa. Só me entregaram o dinheiro depois de eu ameaçar escrever o Neto para me explicar quais instruções havia dado a esses senhores quanto à minha pessoa. Impediram também que qualquer carro tocasse a minha casa como eu havia ordenado, para estabelecermos uma rede de informações. E se um chauffeur o fizesse era duramente causticado pelo Azevedo. A este respeito já tive oportunidade de passar reparo ao Azevedo. Portanto de futuro deve se evitar que isso se repita. Em 12/1/1964 Domingos F. da SILVA ass.)

Plano do Reverendo Domingos da Silva

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