Carta de Mário de Andrade a Lúcio Lara

Cota
0052.000.032
Tipologia
Correspondência
Impressão
Dactilografado
Suporte
Papel comum
Remetente
Mário Pinto de Andrade
Destinatário
Lúcio Lara
Data
Idioma
Conservação
Bom
Imagens
1
Observações

Foi publicado no 3º volume de «Um amplo movimento…»

Acesso
Público


Meu caro Lúcio,
Tenho pouco a acrescentar às indicações que confiei ao Boavida. Do lado do Comité de Conciliação, nenhuma modificação sensível das posições tomadas “au départ”. Insisto sobre a vigilância, quanto às atitudes que tomarão no decurso das démarches a Nigéria e Diallo Abdoulaye. Sinceridade absoluta e abertura sem reservas com a delegação argelina. Mas urge controlar as intervenções sem sentido político do vosso camarada, chefe do departamento da guerra [Manuel Lima].
Nyerere manifestou-me a sua surpresa diante do reconhecimento do dito “grae”. Parece ter sido também o “sentiment” de Houphouet. Sou de opinião que devem ser afastados do eventual diálogo com os “sobados constituídos” todos aqueles que no movimento estão marcados pelas antigas querelas entre os par­tidos angolanos. Essa a razão essencial do meu afasta­mento de Léo e da direcção do movimento. Aguardei em vão vosso telegrama. Parto para o meu novo exílio...
Junto o comunicado final da comissão dos 9. Decidiram conceder ao front nacional angolano (que no espírito da comissão deve resultar das próximas conversações em Léo) a quantia de £ 500. Kambona escreveu ao Presidente, para anunciar as decisões do Comité.
Escreve-me. Saudações
[assinado por M. de Andrade]
[à mão por Mário de Andrade: Dar-es-Salam, 7.7.63]

Carta de Mário de Andrade (Dar-es-Salam) a Lúcio Lara

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