Memorandum du MPLA au Comité du Fonds de Solidarité afro-asiatique

Cota
0037.000.051
Tipologia
Memorando
Impressão
Dactilografado (2ª via)
Suporte
Papel comum
Autor
Lúcio Lara - Delegado permanente do MPLA em Conakry
Data
Idioma
Conservação
Bom
Imagens
2
Observações

Foi publicado no 2º volume de «Um amplo movimento…»

Acesso
Público

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA MPLA AO COMITÉ DE FUNDOS DE SOLIDARIEDADE AFRO-ASIÁTICA CONAKRY O MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA teve a ocasião, no ano passado, de dar a conhecer ao COMITÉ DE FUNDOS DE SOLIDARIEDADE AFRO-ASIÁTICA as suas necessidades mais urgentes para fazer face à situação em Angola e ao desenvolvimento da luta do povo angolano. Se a ajuda financeira e material que nos foi atribuída pelo CFSAA só pôde cobrir uma pequena parte das nossas necessidades, ela constituiu no entanto um encorajamento precioso para a nossa luta. Graças a ela as nossas actividades puderam se desenvolver em vários domínios, a saber: formação de centenas de quadros militares, políticos e técnicos no interior e no exterior do País; instalação de algumas dezenas de postos fronteiriços com vista a assegurar as comunicações e o reabastecimento; enquadramento dos grupos de patriotas com homens melhor treinados; reforço da organização no interior do País; criação de um jornal “UNIDADE ANGOLANA” e publicação de um boletim semanal “VITÓRIA OU MORTE”. Não menos importante foi a assistência aos refugiados angolanos no Congo (hoje cerca de 200.000). Para esse fim, o MPLA criou o “CORPO VOLUNTÁRIO ANGOLANO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS” (CVAAR) administrado por um grande grupo de angolanos composto por refugiados, médicos e enfermeiros. A acção notável do CVAAR que possui um dispensário central em Léopoldville e quase duas dezenas de postos nas fronteiras, onde prestam assistência médicos e enfermeiros angolanos, poderá se ­desenvolver ainda mais em função do crescimento da solidariedade internacional. É num momento crítico da nossa luta, quando Angola é cada vez mais vítima das intrigas imperialistas no Congo, quando Portugal reforça o seu aparelho militar em Angola que já conta com 60.000 soldados, e quando a coligação imperialista teima em não abandonar as enormes riquezas da África Central e Meridional, que o ­MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA renova um apelo premente ao COMITÉ DE FUNDOS DE SOLIDARIEDADE AFRO-ASIÁTICA para que lhe seja concedida uma nova ajuda nos seguintes domínios: a) FINANCEIRO – De acordo com a repartição das disponibilidades dos Fundos; b) TÉCNICO – Uma imprensa, máquinas de escrever, máquinas de ­policopiar, máquinas fotográficas, aparelho de filmar, gravadores. c) MILITAR – Aparelhos emissores-receptores do tipo AN/GRC9 e outros; toda a espécie de explosivos e de armas automáticas. (a pedido do Comité de Fundos, a direcção do MPLA poderia fornecer informações detalhadas sobre esse assunto). d) ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS – Medicamentos (sobretudo ­antibióticos, antipalúdicos e vitaminas), leite e outros alimentos, roupas, tendas de campanha. No que diz respeito às alíneas c) e d), temos a honra de sugerir que uma Comissão do CFSAA visite Léopoldville para se inteirar melhor da situação em Angola e para eventualmente falar com o Governo Congolês sobre o encaminhamento da ajuda. CONAKRY, 25 de Setembro de 1962 Em nome do Comité Director do MPLA LÚCIO LARA [com assinatura] Delegado Permanente em Conakry

Memorando do MPLA ao «Comité du Fonds de Solidarité afro-asiatique» (Conakry)

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