Proposta de Nkrumah para o Comando Unificado

Cota
0034.000.046
Tipologia
Documento Programático
Impressão
Dactilografado
Suporte
Papel comum
Autor
Kwame Nkrumah
Data
Idioma
Conservação
Bom
Imagens
2
Observações

Foi publicado no 2º volume de «Um amplo movimento…»

Acesso
Público

 FORMAÇÃO DE UMA ALIANÇA MILITAR E CRIAÇÃO DUM COMANDO UNIFICADO PARA OS COMBATENTES PELA LIBERTAÇÃO DE ANGOLA O meu ponto de vista, que também reflecte o dos meus colegas noutros Estados africanos independentes, tal como vós muito preocupados com a situação em Angola, é de que o actual problema angolano não é um problema ideológico. Trata-se de um conflito armado no qual as forças dos dois combatentes – a saber os portugueses e os angolanos – não são semelhantes do ponto de vista militar. Nestas circunstâncias e no interesse supremo das massas angolanas que estão sendo, neste preciso momento, massacradas e submetidas a toda a espécie de atrocidades e brutalidades por parte dos agressores portugueses, é absolutamente imperativo que sejam encontrados métodos e meios imediatos que permitam, a quem é responsável pela sobrevivência e bem-estar das massas, atacar o inimigo e liquidá-lo completamente. Segundo o meu ponto de vista, como já vos expliquei, a única maneira prática e efectiva para prosseguir com sucesso a guerra angolana, reside na consolidação de todas as forças nacionalistas. ALIANÇA MILITAR E COMANDO MILITAR UNIFICADO Isto pode ser feito pela (a) formação de uma nova Aliança Militar das três ­principais organizações políticas e (b) criação de um novo Comando Militar Unificado que ­assumiria um controlo absoluto e se responsabilizaria completamente por todas as Forças Combatentes Angolanas. Este Comando Militar Unificado não terá nada a ver com a política interna das diversas organizações políticas, mas deverá ocupar-se apenas e exclusivamente do desenvolvimento efectivo e rápido da guerra. COMPOSIÇÃO DO COMANDO MILITAR UNIFICADO O novo Comando Militar Unificado incluirá representantes das três principais organi­zações políticas – UPA, PDA e MPLA – nomeados ou eleitos pelos seus ­respectivos partidos. Para facilitar decisões rápidas e empreender acções rápidas, é conveniente que o número de pessoas que venham a constituir o novo Comando Militar Unificado seja limitado, por exemplo, a nove elementos. Assim, cada uma das três principais ­organizações políticas teria uma representação de três membros. SUBORDINAÇÃO DOS MEMBROS DO COMANDO Os membros do Comando devem subordinar-se apenas ao Comando Militar ­Unificado em que servem e não a um outro partido ou partidos. Devem contudo ­apresentar relatórios periódicos aos dirigentes políticos respectivos a respeito da ajuda geral recebida e do avanço da guerra. VIAS DE ASSISTÊNCIA O novo Comando Militar Unificado será o único organismo reconhecido para o encaminhamento de toda a assistência financeira e militar dos Estados independentes. CONSELHO NACIONAL Criar-se-á um Conselho Nacional acima do novo Comando Militar Unificado. O Conselho Nacional terá como dever dirigir as actividades do Comando Militar ­Unificado e inspeccioná-las de tempos a tempos. Tal como o Comando Militar Unificado, o Conselho Nacional incluirá também representantes nomeados ou eleitos das três principais organizações políticas. OSAGYEFO DR. KWAME N’KRUMAH Por e em nome das delegações da UPA e do PDA (ROSÁRIO NETO)1 Por e em nome da delegação do MPLA (MÁRIO DE ANDRADE) [6/6/62]

Proposta de Nkrumah para o Comando Unificado: «Angolan Problem - Formation of a military alliance and creation of a unified military command for the Angolan Liberation Fighters». No final do documento, tem lugar para as assinaturas de Kwame Nkrumah, Rosário Neto (pela UPA) e Mário de Andrade (pelo MPLA)

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