Aditamento ao relatório sobre massacre do Fuesse

Cota
0028.000.009
Tipologia
Relatório
Impressão
Dactilografado (2ª via)
Suporte
Papel comum
Autor
José António Agostinho
Data
Idioma
Conservação
Bom
Imagens
1
Observações

Foi publicado no 2º volume de «Um amplo movimento…»

 ADITAMENTO AO RELATÓRIO REFERENTE AO MASSACRE DO ESQUADRÃO DO MPLA OCORRIDO EM OUTUBRO ÚLTIMO PELOS MILITANTES DA UPA NO FOICE [sic], APRESENTADO PELO JOSÉ ANTÓNIO AGOSTINHO EM 9 DE DEZEMBRO DE 1961. Por informações teve conhecimento e confirma o massacre do esquadrão do MPLA pelos militares e militantes da UPA em Caluca e no Foice. Afirma ter visto a bagagem que o esquadrão levava: – bandeiras, espingardas, munições, pistolas, emblemas, ­medicamentos, dinheiro, etc. Informa que os medicamentos têm sido utilizados e o restante da bagagem ­encontra- -se até à data em depósito no Foice. Informa que o Baptista, comandante da UPA no Bembe, logo que teve ­conhecimento da prisão do esquadrão do MPLA, abandonou o quartel, alegando que iria a CALUCA, quando a sua intenção foi a de chegar a Léopoldville, a fim de chamar a atenção dos responsáveis da UPA, ilibando deste modo da responsabilidade da prisão do nosso esquadrão. Ficou indignado com a notícia da prisão do esquadrão do MPLA e mais tarde manifestou a sua repulsa pela morte do mesmo. Mais informa que tiveram conhecimento do massacre do esquadrão do MPLA: DOMINGOS ADÃO ANTÓNIO DA COSTA, enfermeiro, natural de Catete; ARISTIDES MATEUS CADETE, ex-oficial de diligências do Posto Administrativo do Bembe, natural de Catete. Posto na fronteira do Congo, mais foi informado pelo MANUEL CAPESSE, ­angolano, natural de Vila Salazar, refugiado no Congo, residente em Lukala do Congo, Rua Ave n.º 18 de que o irmão deste nome de Ambrósio Manuel e mais cinco angolanos, cujas naturalidades e nomes desconhece, foram massacrados há uma semana pelos militantes da UPA, desconhecendo os nomes de tais militantes. Os seis mortos, faziam parte de um grupo de dez pessoas que se refugiavam para o Congo a fim de contactarem com o MPLA, na sua maioria estudantes, figurando entre estes o massacrado Ambrósio Manuel. Os quatro sobreviventes refugiaram nas matas e parece encontrar-se já em BUCAXICA-LEO (território congolês). JOSÉ ANTÓNIO AGOSTINHO, informa ainda que qualquer angolano que tenta refugiar-se para o Congo e que não seja militante da UPA ou natural de São Salvador, mesmo que apresente uma guia de trânsito passada pela UPA é feito prisioneiro e morto. Ele mesmo, apesar de fazer-se acompanhar de uma guia de trânsito passada pelo Quartel da UPA no Bembe, esteve preso durante sete dias, tendo sido posto em liberdade por milagre. Junto uma fotocópia das informações referidas.

Aditamento ao relatório sobre massacre do esquadrão do MPLA no Fuesse, apresentado por José António Agostinho

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