Carta de Matias Miguéis a Lúcio Lara

Cota
0014.000.009
Tipologia
Correspondência
Impressão
Dactilografado
Suporte
Papel comum
Remetente
Matias Miguéis
Destinatário
Lúcio Lara
Data
Idioma
Conservação
Mau
Imagens
2
Observações

Foi publicado no 1º Vol. de «Um amplo Movimento...»

Acesso
Público

Carta de Matias Miguéis [dactilografada] Matias MIGUEIS B.P. Nº 558 POINTE NOIRE 5 de Julho de 1960 Meu caro Lara, Vai um dos dois artigos que te prometi enviar, publicados no jornal NOTRE KONGO. Como a coisa já me parece sem oportunidade, julgo desnecessário perder-se mais tempo com ela. Daí a razão por que não te envio a tradução para substituir a que deixei extraviar sem saber como e aonde! Dos amigos do Kongo aos quais fiz carta ainda não recebi quaisquer notícias, até esta data. Eu penso que alguém deslocar-se só após resposta deles seria perder tempo. E de resto, – (me tem parecido) – por cá esta gente liga muito pouco às cartas. Do material anteriormente recebido tirei 500 exemplares que distribuí de forma a atingir-se, o mais possível, o fim em vista. Vai um exemplar. A necessidade de tal tiragem serviu-me de pretexto para sondar até onde a nossa gente, cá, nos poderia apoiar, sobretudo, os do Amicale do Enclave. Não tive qualquer dificuldade.1 Eis o resultado em folha anexa. Pessoalmente, sou de opinião que vocês daí escrevam para cada um deles, agradecendo pela ajuda dada. Minha situação: novamente tentar logo que regresse o Ministro do Interior, de momento ausente, parece-me, em Brazzaville. Entretanto, se nada conseguir, partirei, imediatamente, até LEO[POLDVILLE]. Quanto à correspondência: também a Deolinda queixou-se-me do mesmo mal que, julgo, podíamos remediar, servindo-nos dum código. Vejam pois o assunto que me parece vital. Com a independência do Kongo criou-se na nossa gente uma certa psicose que está pedindo uma actuação especial. Talvez não fosse descabido se quem for a LEO passasse por cá mesmo para um ou dois dias para se analisar o procedimento a seguir. Fale ao Mário [M. de Andrade] sobre a massa dos livros que o Renato cá deixou. Como te disse, a coisa parou porque, se o Renato, para a massa me indicou um destino, apareceu-me terceira pessoa indicando-me outro! Ainda sobre o Barbudo: não tivemos mais notícias dele. Mas agora uma pergunta: porque teria ele tido a atitude que teve, mentindo, no tocante à papelada! Enfim... Cumprimentos a todos e para ti do Gualdino e Esposa. Já receberam o Bebé que esperavam. É rapazito. Um abraço do ass.) Matias [Em folha anexa:] Segismundo da Mata CP. 190 com 300,– frs. Manuel de A. Diogo 558 « 350, Possidónio Diogo 327 « 250, José Pitra Pena 141 « 500, Jorge Maria Pango 565 « 150, José Francisco Wolf 565 « 100, Joaquim Diogo 327 « 150, _____ 1.800, Despendi: Por duas resmas de papel 640,- Gratificação pela impressão 200,- Correio e diversos 960,- 1.800,- José da Cruz – Cx.P. 565 – normalmente empresta a máquina de escrever. Outras despesas além daquelas foram suportadas pelo Gualdino. O Dieudonné Dackam ofereceu 5 stencils. le 5/7/960 ass.) Matias

Carta de Matias Miguéis (Ponta Negra) a Lúcio Lara

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