Memorandum (da FRAIN)

Memorando da FRAIN ao Governo da Guiné [dactilografado – original em francês] MEMORANDO: 1 – A "Frente Revolucionária Africana para a Independência Nacional das Colónias Portuguesas" (F.R.A.I.N.) é formada por duas organizações políticas: "Movimento Popular de Libertação de Angola" e "Partido Africano de Independência" da Guiné dita portuguesa. (No respeitante ao "Movimento Popular de Libertação de Angola", Cf. por exemplo a reportagem publicada no jornal "Le Monde", de 11 de Fevereiro passado: "Província Portuguesa para além do Equador. Angola sente os primeiros sintomas da febre nacionalista africana") 2 – Princípios fundamentais da F.R.A.I.N. = Luta intransigente contra o colonialismo português e contra o imperialismo sob todas as suas formas. = Luta para que os povos Africanos sob dominação colonial portuguesa possam gozar imediatamente e efectivamente do direito à autodeterminação. = Unidade africana. = Coexistência pacífica. 3 – A F.R.A.I.N. pede à República da Guiné: = Autorização para abrir um bureau em Conakry e facilidades para o trabalho desse bureau. = Autorização para imprimir e publicar na Guiné materiais respeitantes à sua actividade. = Asilo para os militantes da F.R.A.I.N. perseguidos devido às suas actividades patrióticas. = Autorização para utilizar os postos emissores da República da Guiné para transmitir programas periódicos destinados aos países africanos sob dominação colonial portuguesa. 4 – Fontes de apoio material às actividades da F.R.A.I.N. na Guiné: = Contribuição material dos povos das colónias portuguesas. = Trabalho pessoal e remunerado, na República da Guiné e para ela, por parte dos militantes da F.R.A.I.N. = Solidariedade internacional e concreta com os nossos povos. 5 – Prevemos que depois da independência do Congo dito Belga os militantes angolanos da F.R.A.I.N., que estejam nesse momento talvez na Guiné, partirão para o Congo independente. [Apontamento de Viriato: 3.3.60. Entregue em 4.3.960 ao Sec.-geral]