Carta de Mário de Andrade a Lúcio Lara

Cota
0007.000.001
Tipologia
Correspondência
Impressão
Manuscrito
Suporte
Papel comum
Remetente
Mário Pinto de Andrade
Destinatário
Lúcio Lara
Locais
Data
Idioma
Conservação
Bom
Imagens
2
Observações

Foi publicado no 1º Vol. de «Um amplo Movimento...»

Acesso
Público

Carta de Mário de Andrade [manuscrita] Paris, le 1er Octobre 59 Meu caro Lúcio, Esta direcção pode servir para o envio de alguns documentos confidenciais (sob condição de me avisares antecipadamente). Respondo à tua carta de 24: A malta encarregou-me de te pedir um esclarecimento sobre o memorandum: foi ele feito em nome do M? Por decisão tomada aí, no mês de Maio? Ciente da informação sobre o Ventura [Holden Roberto]. A verdade é que já tinha escrito a New York, mas isso não tem importância. Aí tens um extracto da carta do H.M. [Hugo de Menezes] e do memorandum por ele entregue ao Bureau Politique du P.D.G. [Parti Démocratique de Guinée]. Nós aqui pensamos (e vamos remeter uma carta ao B. nesse sentido) que a iniciativa de integrar os Guineenses no M.A.C. é prematura e precipitada. Isto, por razões de táctica, segurança e tendo em conta as perspectivas da luta nacional guineense. O papel do H. [Hugo de Menezes], em nosso entender, além da representação dos nossos interesses na Guiné, deve limitar-se a encorajar a formação política dum movimento nacional de libertação da G. com os elementos de Conakry e a preparar um terreno de colaboração com o organismo do M.A.C. Parece-nos, pois, que nas circunstâncias presentes, nada o autoriza a absorver essa gente num movimento geral como o nosso. Ele próprio põe reservas à actividade de certos guineenses emigrados. Diz rapidamente o que pensas destas observações. Aliás, enviar-te-ei a cópia integral da carta que lhe dirigimos. Importa que Vocês aí exprimam também por carta a vossa opinião sobre o assunto, a menos que prefiram partir do nosso texto, refazê-lo, acrescentar ou fornecer uma síntese do que nós pensamos (secções de P. [Paris] e de A. [Alemanha]) da iniciativa do H. É uma chatice o que se passa com o E.S. [Guilherme Espírito Santo]. Creio que há influências do Embaixador Port. junto do Gov. Francês. Eu aguardo. Recebi uma carta do Glinne que se desculpa por ainda não ter passado a nota que lhe entreguei. Esteve ausente, durante duas semanas. Entretanto, vou mandar um outro texto ao Davidson [Basil D.], mais completo. Segue uma cópia, no próximo correio, bem como outros detalhes da actividade do Hugo. Não sei que pensar da nossa amiga N. [Noémia de Sousa] mas julgo que certos laços familiares são pouco compatíveis com a liberdade de movimentos, necessária para a consecução da nossa luta. Enfim! A Sarah não está em casa, ela agradece a atenção da Ruth. Dá-lhe saudades nossas. E um abraço para ambos Mário P.S. – Recebeste um exemplar de InterAfrique Presse?

Carta de Mário de Andrade (Paris) a Lúcio Lara

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