António Jacinto
Nasceu em Luanda a 28-09-1934, filho de José Maria Trindade Martins e de Maria Cecília da Costa Pessoa Amaral Martins.
Gerente comercial e escritor envolvido em movimentos e associações culturais. Em 1959, na vaga de prisões da PIDE que em Angola deu lugar a três processos judiciais vulgarmente conhecidos como "Processo dos 50", foi inicialmente incluído (por engano) no grupo dos ausentes de Angola, mas acabou por ser preso em Outubro, e depois solto. Acusado de ligação, entre outras, a um Partido Comunista de Angola, foi de novo preso em finais de 1961, com Luandino Vieira e António Cardoso, tendo o processo (nº 119/62) sido remetido ao 1º Tribunal Militar Territorial em 1962. A sentença (22-07-1963) foi das mais pesadas para presos políticos não combatentes: 14 anos de prisão maior, com suspensão de todos os direitos políticos por 8 anos e medidas de segurança de internamento de 6 meses a 3 anos.
Chegou ao Campo do Tarrafal a 13-08-1964 e saiu a 24-06-1972, com liberdade condicional e fixação de residência na "Metrópole" por 5 anos. Dali fugiu para se juntar ao MPLA em Brazzaville.
Documentos referenciados
Cópia do Anúncio da Comarca de Luanda, 2ª Vara
Cópia do Anúncio da Comarca de Luanda, 2ª Vara, notificando os ausentes de Angola: marítimo Ferreira, Costa Nkodo “Kimpiololo”, João Eduardo Pinnock, António Jabes Josias, Manuel Barros Nekaka, Holden Roberto, António Jacinto, Deolinda Rodrigues Francisco de Almeida, Inocêncio Van-Dúnem dos Santos Martins, Jorge Mingas, Mário Coelho Pinto de Andrade, Viriato Francisco Clemente da Cruz no quadro do processo conhecido como “Processo dos 50”. Assinado pelo Juiz Jorge Henrique da Cruz Pinto Furtado. (Luanda, 9 de Dezembro de 1959)
Appel (MAC)
Apelo do MAC redigido provavelmente por Viriato da Cruz e Lúcio Lara em Tunis, antes da 2ª Conferência dos Povos Africanos realizada de 25 a 30 de Janeiro de 1960, altura que o MAC se transformou em FRAIN. (Janeiro de 1960)