Relatório de José Mendes de Carvalho

 CONTACTOS A. Embaixadas 1. União S. 27/2/64 – Num encontro com o 1º Secretário expôs-se detalhadamente aspectos principais da situação angolana e do MPLA, em particular, razões de um conceito errado existente no exterior. – Bate-se novamente na questão dos estudantes. – Viagem dos dois camaradas a Moscou. – Ajuda financeira. – Pairam promessas de uma solução breve. 3/3/64 – Novamente com o 1º Secretário nada se recebeu como resposta. Focámos passagem de Coti por Rabat e Paris na questão de ajuda. – Continuam as mesmas promessas de solução breve. 5/3/64 – Um relatório de Katy [L. Lara] sobre a situação angolana e questões que o levam à visita é entregue ao 1º Secretário. Recebemos como ajuda £ 20. 9/3/64 – Num contacto de Katy com o 1º Secretário sabe-se que a resposta aos problemas postos resumia-se num convite endereçado a Coti por Konakry sem qualquer explicação. 18/3/64 – Face a tal atitude da parte de Moscou um encontro é tido com o 1º Conselheiro em vez do Embaixador a quem expusemos o desprezo de Moscou pelos canais prestabelecidos para tais assuntos, a perda de tempo (2 meses) e o embaraço mais forte que ameaça a Organização face a longas esperas de solução. Uma nota – Memorandum é lhe entregue. 21/3/64 – Põe-se o 1º Conselheiro ao corrente da viagem de Katy para Konakry. 2. China 28/2/64 – Tem lugar um encontro com o Secretário do embaixador e um Conselheiro. Expõe-se a situação actual da luta, o MPLA no exterior, acção de Viriato, GRAE, com novos documentos. Pedidos são feitos sobre conversações já começadas em Konakry para 25 quadros, livros educativos e filmes. Foca-se igualmente questão financeira e possível viagem de Coti a Pequim relativamente à situação premente. Informar-se-á imediatamente Pequim. 16/3/64 – Face às hesitações de Moscou um pedido de $5000 é feito. É igualmente com o Conselheiro e Secretário da Embaixada que explora-se a posição do governo chinês face ao convite de Holden por Pequim. Segundo nos foi declarado não é um convite ao nível do governo mas sim de partido. Com isto a China só ganhará em analisar melhor a consistência de tal organismo e sua acção. A China não espera nem nunca o fará, aproveitar-se da UPA para seus agentes, dividindo assim mais o Povo angolano, elevar a UPA para esmagar o MPLA (palavras do Conselheiro). A nossa impressão de uma atitude de reserva da China em relação ao MPLA pelo veneno espalhado por Viriato. Importância de um certo núcleo do MPLA numa zona afectada por Mulele. 3. Cuba 3/3/64 – Aguarda-se oportunidade para ver o embaixador. 12/3/64 – Evocam-se os primeiros contactos tidos em Konakry. Expõe-se o envio de alguns quadros para Havana, necessidade de documentos revolução cubana, discos, livros, filmes. 18/3/64 – Face à impossibilidade de um encontro com o embaixador, Chargé d’Affaires pede-nos deixar por escrito uma mensagem para Cuba. 4. Bulgária 5/3/64 – Com o embaixador fala-se da estadia dos nossos estudantes e visita de Katy (visa). Situação angolana. 5. RDA 5/3/64 – Num encontro com o Chargé d’Affaires fala-se visita Katy (visa). B. Velhos amigos . 27/2/64. Hanton – Necessidade de um canal cooperador no MPLA para a Enciclopédia Africana. 29/2/64. Davidson – Dificuldade na interpretação e exposição justa do fenónemo social em Angola. Esclarecido da solidez do MPLA e razões do seu longo silêncio exprime sua confiança. 16/3/64 Barden (?) Mantém-se na mesma pele de cordeiro. Contudo pede da direcção do Movimento uma carta para o representante desejado, a qual será por ele submetida ao Secretariado... 18/3/64 – Francis. Confrontação sociológica relativa à questão social em Angola numa tendência geral de importação do processo de desenvolvi­mento estrangeiro. ARISTIDES e PASCOAL 25/2/64 – Mensagem de Neto. Resultados alcançados e impressões sobre a Conferência de Lagos. ABIBI 19/3/64 – Mukumbi e MONDLANE – 3 e 4/3/64 – Informações sobre Lagos. 3/3/64 – UPC – (Massaja [Massaga?], NDOH, SCHAPO, CHER, HUGO) – Exposição de ambas as situações que têm alguns reflexos comuns. 1/3/64 – Um grupo incluindo UPC, Nigéria, Angola, Adamo, Francês – Estudo de uma união estratégia comum com alguns países africanos Revolucionários opondo-se ao imperialismo ianque com vista à Conferência do Cairo. – Uma missão de esclarecimento fazendo à UAM. – Informação regular embaixadas com reservas 22/3/64 – Kofi Batsa – Informação substancial é-lhe dada sobre erro do Comité dos Nove, isolamento a que o MPLA foi submetido, exploração por Viriato de tal situação para lançar a liderança do Movimento, em particular pessoa de Neto, ligada aos portugueses por sua libertação, e aos americanos quando da petição na ONU. Um plano é lançado para visita de Neto a NKRUMAH. /3/64 – Kingé – C. Delegações Conf. Solidariedade ao Povo irmão África do Sul – Viet Nam 12/3/64 – Exposição detalhada da situação angolana e do Viet Nam. GRAE. Sua intervenção junto do seu governo para não fazer qualquer convite ou Reconhecimento do GRAE e junto do governo chinês para impedir Reconhecimento GRAE. Itália 12/3/64 RDA 12/3/64 – Num plano mais sindical, Dombele fala nas necessidades mais urgentes, medicamentos, roupas. INDONÉSIA – 12/3/64 – Depois de troca de alguns pontos de vista, delegado promete agir junto das massas para um maior apoio à luta angolana e em particular ao MPLA. Com Dombele fala-se do convite duma delegação juvenil para o Festival em Jakarta e Conferência Preparatória do mesmo em Maio. ÍNDIA – 12/3/64 – Secretário da União dos Sindicatos Indianos, manifesta desejo da sua organização em contribuir com roupas, medicamentos, materialmente noutros aspectos que se sentem capazes e sobretudo a visita de algum líder para, em várias conferências, expor ao povo indiano a realidade sobre o problema angolano. Há um convite pendente para Dombele. Chipre 14/3/64 – Detalhes sobre a situação real em Chipre e no nacionalismo angolano. Apoio do povo de Chipre já demonstrado num protesto enviado a uma das assembleias ONU. JAPÃO 14/3/64 – Ligeiro contacto sobre os problemas mais capitais dos dois países. Contudo entregam-se documentos de informação. ZÂMBIA 17/3/64 – Fala-se da possibilidade de uma continuação da missão já começada pela Zâmbia. Um contacto será imediatamente feito pelo delegado com CHONA M. e M. SITOLE aguardando-se resposta. É-nos manifestado desejo de Kaunda em ajudar a dissolver diferenças impedindo uma acção conjunta dos movimentos angolanos numa base de conversa com os seus líderes.