Message (du MPLA) au Concile Oecuménique Vatican II

Cota
0038.000.001
Tipologia
Declaração
Impressão
Policopiado
Suporte
Papel comum
Autor
MPLA - Movimento Popular de Libertação de Angola
local doc
Léopoldville (Rep. Congo)
Data
Idioma
Conservação
Mau
Imagens
1
Observações

Foi publicado no Vitória ou Morte nº 8. Foi publicado no 2º volume de «Um amplo movimento…»

Acesso
Público

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA MPLA 51, Avenida Tombeur de Tabora – C.P. 720 LÉOPOLDVILLE O Comité Director do MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA (MPLA), formula aos participantes ao Concílio Ecuménico, os votos mais ardentes de sucesso nas suas importantes deliberações. No momento em que a vossa Assembleia se reúne num clima de diálogo, entendimento e compreensão entre todas as confissões religiosas, sentimos o imperioso dever de recordar que os defensores do sistema colonial português prosseguem, em Angola, as piores formas de opressão das liberdades fundamentais. É evidente que a manutenção das relações actuais entre os colonizadores portugueses e as populações angolanas não é de molde a favorecer o livre desenvolvimento das nossas igrejas nacionais. Os nossos Ministros de Deus – Católicos ou Protestantes – que ousaram dar o seu contributo directo ou indirecto à luta contra a dominação colonial, conheceram na maior parte dos casos a tortura e a morte. Outros estão injustamente encarcerados ou mantidos com residência fixa em Portugal. Que nos seja permitido citar entre estes últimos, MONSENHOR DAS NEVES, Vigário do Arcebispado de Luanda, destituído das suas funções por “crime de nacionalismo”, o Rev. Pe. JOAQUIM PINTO DE ANDRADE, ex-chanceler, o cónego MANUEL FRANKLIN DA COSTA e os padres ALEXANDRE DO NASCIMENTO, MARTINHO SAMBA, ALFREDO OSÓRIO GASPAR, DOMINGOS GASPAR, LINO GUIMARÃES e VICENTE JOSÉ RAFAEL. Estamos certos que o Concílio Ecuménico, fiel às suas tradições de defesa dos nobres ideais de justiça neste mundo, se dignará interessar-se pelo destino dos nossos irmãos religiosos de Angola, vítimas da opressão colonial. Reafirmando-vos a confiança que o nosso povo tem no alcance social do Concílio Ecuménico, pedimo-vos que aceitem os protestos dos nossos humildes sentimentos de respeito e elevada consideração. Léopoldville, 2 de Outubro de 1962 Dr. AGOSTINHO NETO MÁRIO DE ANDRADE Presidente de Honra Presidente

Mensagem do MPLA (Léopoldville)ao Concílio Ecuménico Vaticano II, assinada por Mário de Andrade (presidente do MPLA) e Agostinho Neto (presidente honorário do MPLA)

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